sexta-feira, 25 de maio de 2012

O tempo


No fundo escuro de um canto da sala, penso na lucidez, que talvez exista em algum lugar, que não sei qual é. 

Lembro os tempos da minha adolescência e de como desperdicei incontáveis horas com coisas sem a mínima importância.

Tempo perdido com TV, com estudo de matérias que esqueceria no simples amanhecer do dia seguinte ao de uma prova insólita.

Olhei as flores e os pássaros, é verdade. Perdi o amor e chorei incontáveis minutos eternos, de um dia que não me vem mais a lembrança.

Corri na chuva, escorreguei na estrada do tempo e passei manteiga no pão de cada dia.

Sorri. 

Sorrisos tolos de coisas tolas, que enchem a vida de sentido.

Sim, aprendi. 

Poderia ter desperdiçado mais tempo comendo pipoca ou olhando a transformação das nuvens no céu.

Quem sabe até me perdido no olhar daquelas moças, ou sentado mais na praça e sentido o vento tênue do outono balançar aquelas árvores enormes.

O tempo peleja contra nós numa velocidade estonteante.

Quisera eu brecar o cavalo alado deste deus sombrio e montá-lo, cavalgando em um imenso mar de venturas e desventuras.

Sorrindo, chorando e sentindo. 

Vivendo a vida como ela merece ser vivida.

Autor: Vinícius Tadeu Soares Barbosa

Um comentário:

  1. Gostei do, "brecar o cavalo alado deste deus sombrio"... faz pensar no quanto perdemos tempo, tão eu não precioso, mas que passa bruscamente, sem que seja ou sejamos notado. A vida é extremamente material, somente os sentimentos são eternos.

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