No fundo escuro de um canto da
sala, penso na lucidez, que talvez exista em algum lugar, que não sei qual é.
Lembro os tempos da minha
adolescência e de como desperdicei incontáveis horas com coisas sem a mínima
importância.
Tempo perdido com TV, com estudo
de matérias que esqueceria no simples amanhecer do dia seguinte ao de uma prova
insólita.
Olhei as flores e os pássaros, é
verdade. Perdi o amor e chorei incontáveis minutos eternos, de um dia que não
me vem mais a lembrança.
Corri na chuva, escorreguei na
estrada do tempo e passei manteiga no pão de cada dia.
Sorri.
Sorrisos tolos de coisas
tolas, que enchem a vida de sentido.
Sim, aprendi.
Poderia ter
desperdiçado mais tempo comendo pipoca ou olhando a transformação das nuvens no
céu.
Quem sabe até me perdido no olhar
daquelas moças, ou sentado mais na praça e sentido o vento tênue do outono
balançar aquelas árvores enormes.
O tempo peleja contra nós numa
velocidade estonteante.
Quisera eu brecar o cavalo alado
deste deus sombrio e montá-lo, cavalgando em um imenso mar de venturas e
desventuras.
Sorrindo, chorando e sentindo.
Vivendo
a vida como ela merece ser vivida.
Autor: Vinícius Tadeu Soares Barbosa