domingo, 15 de setembro de 2013

Dias Calmos




Há alguma verdade gritando em minha mente confusa?

Ou são só devaneios turvos, causando uma estranha sensação de torpor?

Nestes dias calmos minha alma se inquieta.

E quando ela se inquieta me sinto estranho.

Quero atravessar o mundo gritando palavras sem sentido

E sentir o doce êxtase de, às vezes, estar calado,

Ouvindo a eloquência absurda dos que acreditam possuir a verdade.

Ah Eloquentes, como se desvanecerão suas ideias quando o sonetista do nada começar a escrever sua primeira estrofe.

Quando não mais houver pessoas para ouvir ou estradas para caminhar durante o pôr do sol,

Onde estará o consolo de suas vãs palavras? 


Autor: Vinícius Tadeu Soares Barbosa

terça-feira, 16 de julho de 2013

Destino de quem ama

Como é horrível
Esse amargor na boca
Dessa fúria louca
Quando chamo e não vens

É impossível eu ficar parado
Nesse chão prostrado
Sei que já não tens
Aquele amor tão apaixonado
Que por mim provado
Eu não me poupei

Me entreguei tão alucinado
Logo em seus braços e assim fiquei
E de repente ao despertar-me um dia
Me vi solitário e enfim chorei.


Autor: Antônio Geraldo dos Santos Júnior

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Fotografia




  Há dez anos eu tive um sonho, 

  Sonhei com um lindo lugar e eu estava com o meu amor.

  Há dez anos eu tive um sonho,

  Nós rolávamos na relva entre flores e nos aconchegávamos em nossos braços embaixo de uma árvore cheia de galhos e frutos.

  Há dez anos eu tive um sonho,

  Há dez anos.

  Na queda das folhas do outono, aquele amor se foi.

  Outros vieram no desabrochar da primavera

  E partiram fugazmente no frio do inverno.

  Mas o sonho, desse eu não me esqueci.

  Ele ficou desbotado com o passar do tempo,

  Como uma fotografia velha no porta-retrato da memória.

  Ele continua a me inquietar,

  A me fazer sorrir e, às vezes, até chorar.

  Eu e meu amor na relva,

  Esquecidos do mundo,

  Livres das opiniões,

  Das religiões,

  Dos olhares de nosso modelo social decadente.

  Há dez anos eu tive um sonho.

  Ah! Um sonho!      


Autor: Vinícius Tadeu Soares Barbosa 

domingo, 17 de março de 2013

Nada



E agora?

E agora é o nada.

Sinto o ar frio entrar pelas minhas narinas

E o nada vem chegando,

Perturbando os meus pensamentos e

Tocando levemente minha alma.

Apesar disso, ela, minha alma, está tranqüila.

Tranqüila,

Como sempre esteve,

Apesar do nada.

Como queria estar enganado.

Mas o nada vem chegando,


Espalhando a sua justiça incontrastável,

Deformando o belo e

Tornando os homens iguais.

Mas quer saber?

O nada é só um detalhe.


Autor: Vinícius Tadeu Soares Barbosa